Ele pagou a conta e saíram, brilho no olho, sorriso no rosto e uma noite toda pela frente. Pararam num desses lugares onde namorados com carros vão, nada de especial além da lua minguante sorrindo iluminada e ainda assim toda aquela vontade de beijar enquanto houvesse mundo.
Ela afagou-lhe o cabelo como se fizesse aquilo desde de sempre enquanto ele a puxava pela cintura quebrando o ritmo dos dedos entre os fios. Beijos, sussurros, desejo e todos aqueles movimentos conhecidos de conquista. Calor, o vidro fumê embaçado e tudo seguindo como deveria ser.
No vidro formavam-se gotículas de vapor, e ar dentro do veículo tinha aquele jeito de sexta a noite, mas era terça-feira 22:45 e os gatos ainda não eram pardos. A lua minguante minguava todas as possibilidades, espera aí, calma, e mesmo assim eles continuaram naquele esforço bobo de brigar contra todos os sinais que diziam parem.
Ele havia pagado a conta, e ela desenhou toda uma noite de carinho, açúcar de confeiteiro e suspiros. Surreal talvez mas aqueles olhos castanhos a inspiravam e ela imaginava que seria doce. Surpresa. Beijos, sussurros, desejo e todos aqueles movimentos conhecidos de conquista. Brilho apagado, nada de amor dourado derretendo-se na boca.